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Cartografando Frequências: a prática da Geografia Rock em contexto escolar

Autor: Tyrone Andrade de Mello · Porto Alegre/RS · Projeto: Geografia Rock / Rádio Geografia Rock

Introdução

Na Geografia Rock, rádio não é apenas suporte técnico: é linguagem. Entre cabos, microfones e cadernos, a escola vira estúdio e o bairro vira pauta. Esta experiência nasce do desejo de aproximar território vivido, cultura e ciência geográfica por meio de práticas de comunicação: programas de rádio, podcasts, entrevistas, cartografias do cotidiano e audições comentadas.

O que é a Geografia Rock

A Geografia Rock é um projeto educacional e cultural que integra ensino de Geografia, música e mídia para promover leitura de mundo, autoria estudantil e cidadania. Ao produzir conteúdo (quadros temáticos, playlists, entrevistas, spots), os estudantes exercitam competências de pesquisa, curadoria e comunicação, relacionando paisagem, sociedade, economia e cultura em escalas do bairro ao mundo.

Metodologia

  1. Investigação – levantamento de temas (paisagens e memórias do bairro; população e mobilidade; conflitos e resistências; cartografia social), leitura de mapas e gráficos, análise de fontes.
  2. Produção – criação de roteiros, entrevistas, spots e podcasts; operação básica de captação e edição; experimentos sonoros com vinhetas e trilhas.
  3. Circulação – publicação no site e transmissões locais; escutas coletivas; feedback da comunidade; revisão e reedição com base nas devolutivas.

A mediação docente se dá como orientação de projeto: planejamento, rubricagem das etapas, acompanhamento formativo e avaliação processual (participação, entrega, autoria, repertório, ética).

Testes de transmissão em 87,5 FM

Em junho e julho, realizamos testes de recepção no 87,5 MHz. Com a antena ainda dentro do estúdio, o alcance ficou restrito à quadra do prédio. O experimento foi valioso para compreender dimensões técnicas e territoriais da comunicação: obstáculos físicos (paredes, árvores, relevo), posição/altura da antena e qualidade de cabos/conectores influenciam diretamente a recepção. Próximos passos incluem reposicionamento externo da antena e mapeamento de “zonas de sombra”.

Resultados pedagógicos observados

  • Aumento da participação e autoria nas aulas de Geografia.
  • Ampliação de repertório cultural e midiático com responsabilidade ética.
  • Integração com História, Língua Portuguesa, Arte e Tecnologia.
  • Valorização do território vivido como objeto de estudo e intervenção.
  • Desenvolvimento de competências digitais e de trabalho em equipe.

Avaliação e evidências

A avaliação combina instrumentos formativos e somativos: portfólio (roteiros, mapas, registros de campo, artes dos quadros), produtos sonoros (spots, podcasts, entrevistas), participação (discussões, pautas, operação técnica) e auto/coavaliação com rubricas (clareza, pesquisa, ética, colaboração).

Desafios e próximos passos

Os principais desafios são a infraestrutura mínima (antena, cabos, isolamento acústico), o tempo escolar para etapas de produção e a formação midiática constante. Próximos passos: otimizar o setup técnico (antena externa, cabos adequados), ampliar a curadoria de temas com parceiros da comunidade e consolidar trilhas formativas em comunicação, direitos autorais e cidadania digital.

Como ouvir e participar

Acompanhe programas e publicações no site e redes. Escreva, envie pauta, participe da escuta: Educação com som e presença.

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